Num jogo em que Pedro Martins arriscou ao fazer uma autêntica revolução no "onze" inicial, os conquistadores acabaram por protagonizar uma exibição segura, apesar de terem sido assustados pela equipa do Nacional na reta final da partida. Repetiu-se o filme do jogo em Santa Iria, no qual a formação vitoriana até chegou a estar a ganhar 2-0, permitiu que o adversário reduzisse em tempo de descontos e ainda viu a equipa de arbitragem a anular (bem!) um golo à formação da casa no último lance do jogo.
O treinador do Vitória surpreendeu tudo e todos ao fazer nove (!) mexidas em relação ao último jogo. Apenas Pedro Henrique e Zungu escaparam a essa revolução. Uma das razões para tal ter acontecido, poderá ter sido o facto de disputarmos, na próxima terça-feira, um dos jogos mais importantes da época. Em Chaves. Tudo isto numa tentativa de, talvez, gerir o desgaste físico dos habituais titulares. Mesmo que o resultado tivesse sido outro, não deixa de ser um facto notório que Pedro Martins exagerou nas poupanças, que por acaso até deram resultado. Mas ainda há outra interpretação a fazer em relação a esta situação que até pode ter sido uma espécie de "dois em um"... Provavelmente, o nosso míster também quis surpreender a equipa do Nacional devido ao facto de a formação da Choupana ter mudado de treinador alguns dias antes do jogo de ontem. Quando uma equipa muda de treinador no decorrer da época tem a vantagem de, no primeiro jogo, poder apostar no erro do adversário, sem que o seu oponente também o possa fazer. Novo treinador, novas ideias. E foi assim que Pedro Martins também surpreendeu o agora técnico dos insulares, João de Deus... Embora o processo tático pudesse ser semelhante, a verdade é que as peças do puzzle eram diferentes. E quando assim é, jogar no erro do adversário torna-se uma opção a excluir. Nesse sentido, João de Deus foi claramente surpreendido. Repare-se que o Estoril de Pedro Emanuel conseguiu pontuar em Guimarães ao marcar três golos e não há dúvidas de que o conjunto da Amoreira teve essa vantagem de assimilar as ideias do novo técnico, juntamente com a possibilidade de jogar no nosso erro. Posto isto, pretendo salientar que Pedro Martins pode ter tido mais do que uma razão para ter feito tantas poupanças, tanto que houve uma interrupção recente no campeonato e maior parte dos nossos jogadores não jogou pelas suas seleções! Logo, tiveram mais tempo para descansar...
Relativamente ao jogo, o Vitória entrou bem e até esteve perto de marcar aos 4 minutos com um cabeceamento de Zungu após cruzamento de Sacko. Sturgeon também teve a sua oportunidade de brilhar após um remate de primeira que Adriano defendeu para canto. E foi precisamente na sequência dessa bola parada aos 25 minutos que Pedro Henrique ganhou nas alturas e assistiu Rafael Miranda para, de primeira, inaugurar o marcador. O Nacional só conseguiu levar perigo à baliza de Douglas à passagem do minuto 35' e, curiosamente, também na sequência de canto. Um lance muito bem ensaiado que assustou o nosso guardião de 34 anos! Texeira, após cruzamento de Raphinha, esteve perto de ampliar a vantagem, não fosse Adriano Facchini a opor-se de forma brilhante.
Na segunda parte, a formação vitoriana entrou com vontade de fazer mais golos. No inicio do segundo tempo, dispusemos de três oportunidades sendo que a mais flagrante pertenceu a Raphinha após um remate de fora da área. O 0-2 parecia estar mais perto do que o 1-1... No entanto, os conquistadores perderam algum ritmo e foram permitindo que os insulares chegassem mais vezes à nossa área, ainda que sem perigo. Vários remates de fora da área... Marega, que tinha substituído Sturgeon no início da segunda parte, ainda colocou a bola dentro da baliza, contudo o árbitro auxiliar já tinha assinalado fora de jogo. Celis e Hernâni entraram para substituir João Aurélio e Raphinha, respetivamete. Decorria o minuto 85' quando Marega ganhou uma bola no meio campo, isolou Hernâni que não conseguiu dominar a bola, Texeira aproveitou e desta vez conseguiu mesmo ampliar a vantagem para dois golos de diferença com um remate de fora da área colocado no cantinho da baliza. O Nacional reagiu e ainda reduziu para 1-2 por intermédio de Zizo, após uma desatenção defensiva e num lance mal abordado por Douglas. O conjunto liderado por João de Deus acreditava que podia chegar à igualdade e o avançado da equipa madeirense até chegou mesmo a introduzir a bola dentro da baliza de Douglas, já para lá do tempo de descontos. Porém, o árbitro Rui Costa foi perentório na sua decisão, tendo descodificado uma falta do avançado por empurrão nas costas de Sacko, ainda antes de a bola entrar. Os ângulos das repetições do lance não são os melhores, mas o empurrão nas costas do lateral do Vitória não deixa margem para dúvidas. Se foi ou não decisivo para ganhar posição e cabecear para o empate, já é outra questão. Aparentemente, foi uma decisão acertada. No entanto, é inadmissível que uma equipa como o Vitória adormeça de tal forma ao ponto de quase estragar um jogo por causa de três minutos de completa desatenção. Uma situação a rever, visto que já não é a primeira vez que isto acontece. Santa Iria e Tondela são apenas mero exemplos.
Apesar de tudo isto, Pedro Martins deu a clara ideia de que tem confiança em todos os seus jogadores e até mesmo na equipa B, sendo que os habituais suplentes ou reservas podem ser chamados à titularidade a qualquer momento. E isso é uma boa forma de manter o plantel motivado! Há que saber ter o tal sentido oportuno... Os jogadores que ontem foram a jogo estiveram, no geral, bem. Ainda que tenham revelado alguma falta de entrosamento e de ritmo. O mais importante foi cumprido: três pontos importantíssimos num terreno repleto de dificuldades sempre que o Vitória lá se desloca. Uma palavra de apreço aos cerca de 200 vitorianos que marcaram presença na Choupana, a uma sexta-feira. Viajar até à Madeira para marcar presença num jogo a um dia da semana implica abdicar de imensas coisas... E esta é a sorte que o Vitória tem. Ter adeptos assim: apaixonados por um único emblema. Únicos! O Vitória ocupa agora o 4º lugar à condição, com 47 pontos conquistados! E é certo que nesta jornada vamos ganhar pontos a um dos nossos adversários diretos, ou ao Braga ou ao Marítimo. Ou até mesmo, quem sabe, a ambos! Na 3ªfeira teremos um dos jogos mais importantes da época, em Chaves, onde quase nenhuma equipa consegue marcar golos...muito menos ganhar! E só um Vitória na máxima força conseguirá apurar-se para o Jamor!
Os juniores venceram esta tarde o Rio Ave por 4-2 e ocupam agora o 1º lugar, com 14 pontos conquistados! Há razões para acreditar que os nossos juniores vão lutar pelo título até à última gota de suor!
ACONTEÇA O QUE ACONTECER, SOU DO VITÓRIA ATÉ MORRER!
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