quarta-feira, 5 de abril de 2017

Estamos no Jamor!

Quatro anos depois estamos de volta ao Jamor! A contar para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, o Vitória deslocou-se a Chaves com o apoio de cerca de 3000 vitorianos num jogo que terminou com o resultado final de 3-1. Porém, pelo facto de termos marcado um golo fora de portas após o 2-0 caseiro, somos nós a seguir em frente! Caímos no inferno mas rapidamente chegámos ao céu e a verdade é que não havia necessidade para tanto sofrimento. Um jogo de loucos. Intenso e impróprio para cardíacos. Posto isto, o mais importante foi conseguido: JAMOR!



A formação vitoriana - com o seu "onze" base - entrou mal na partida e aos 46 segundos já se encontrava a perder por 1-0 após um golaço de Pedrigão. Apesar da má entrada, os conquistadores tentaram reagir. Hernâni tentou fazer o chapéu a António Felipe e, pouco depois, Hurtado cabeceou por cima da trave. À passagem do minuto 32', e na sequência de um livre, Bressan bateu a bola que só parou no fundo das redes de Douglas. No entanto, nesse lance, três jogadores do conjunto da casa estavam em posição irregular e dois desses três jogadores interferiram na visão e decisão do guarda-redes do Vitória. Eliminatória empatada com um golo ilegal. Minuto depois, Rafael Lopes introduziu a bola dentro da baliza mas o árbitro assistente desta vez revelou alguma competência ao ter assinalado um fora de jogo claríssimo ao ponta de lança de 25 anos. O Vitória voltou a responder. Primeiro, por Marega, que não deu o melhor seguimento à bola após um desvio intencional de Rafael Miranda. E perto do intervalo, num lance confuso, o guardião flaviense deixou escapar a bola, Rafael Martins ofereceu a bola a Hurtado e este não conseguiu reduzir a desvantagem no marcador, mesmo sem o guarda-redes entre os postes. Mais uma oportunidade desperdiçada! Daquelas de levar as mãos à cabeça com um desespero total. A formação orientada por Pedro Martins ia então para o intervalo a perder por 2-0, precisamente o resultado final da 1ª mão favorável ao Vitória.
Na segunda parte, um pouco mais do mesmo. A formação vitoriana ia pressionando, atacando, rematando e até mesmo com a iniciativa de jogo...revelava falta de eficácia na hora do remate. Na sequência de uma bola parada a nosso favor, eis mais um excelente contra-ataque flaviense conduzido por Fábio Martins que acabou por ganhar uma falta numa zona perigosa, a valer o primeiro cartão amarelo do jogo, mostrado a Hernâni. E foi precisamente desse lance que nasceu o 3-0 por intermédio do central Nuno André Coelho. Estava feita a cambalhota na eliminatória. Nós, mais uma vez, tentámos reagir e fomos em busca do golo. Bastaram três minutos. Livre batido para a área, Marega cabeceou ao poste e na recarga...o próprio Marega encarregou-se de cabecear para o fundo das redes! Um golo imensamente festejado pelos milhares de vitorianos que se deslocaram a Trás-os-Montes que viam a sua equipa novamente na frente da eliminatória! Seguiram-se três oportunidades para os vimaranenses que tiveram o mesmo protagonista, Hernâni. Quase que surpreendeu António Felipe na conversão de um livre direto, esteve perto de reduzir com um remate de fora da área e foi também o autor de um falhanço inacreditável após ter ficado isolado devido a uma escorregadela de Batatinha. Tudo isto num espaço de 15 minutos. Oportunidades que podiam ter sentenciado a eliminatória. Quem não marca, arrisca-se a sofrer. E nós que o digamos... Já em cima do minuto 90', Rafael Miranda cometeu grande penalidade. Ironia das ironias, Braga, o jogador de 33 anos, encarregou-se de bater a grande penalidade mas Douglas opôs-se de forma brilhante, tendo branqueado de imediato a sua infelicidade em pelo menos um dos três golos da formação orientada por Ricardo Soares. Festejou-se a defesa como de um golo se tratasse enquanto o jogo se aproximava do fim... Dos três minutos de compensação, o árbitro Fábio Veríssimo decidiu prolongar até cinco, mas nem isso fez com que os conquistadores tremessem.
Depois de um 2-0 em Guimarães, uma derrota de 3-1 em Chaves. 3-3 no agregado. Golos marcados pelos emprestados Hernâni e Marega e com uma meia-final a ter um herói com o nome de...Douglas! Precisamente o guarda-redes que foi protagonista durante todo o nosso percurso até ao Jamor em 2013, tendo defendido várias grandes penalidades... A formação liderada por Pedro Martins não apresentou o seu ritmo habitual, nem os níveis exibicionais esperados, apesar de ter tido mais oportunidades de golo do que o adversário. Um Chaves coeso e organizado chegou mesmo a surpreender a equipa vitoriana e, tal como Luís Freitas Lobo referiu, foi uma pena não terem passado as duas equipas à final! Naquele que terá sido certamente um dos melhores jogos desta época. Tem sido habitual ver Pedro Martins a levar as suas equipas longe nas taças nacionais, porém, o treinador de 46 anos, nunca teve a felicidade de chegar a uma final tendo caído quase sempre nas meias-finais das respetivas competições. Desta vez, foi diferente. Pedro Martins volta ao Jamor...mas agora como treinador!
Uma palavra de apreço à equipa do Chaves que também merecia marcar presença na final da Prova Rainha, especialmente devido ao seu percurso até às meias-finais tendo eliminado dois dos três "grandes" do futebol português. Um clube que, à semelhança do Vitória, tem também uma excelente massa associativa, dando asas à ideia de que o Chaves é uma espécie de Vitória, mas ainda em ponto pequeno. Ainda... Começam a faltar adjetivos para descrever os vitorianos. Têm sido várias as invasões protagonizadas pelos vimaranenses no decorrer da presente época. Ontem, foi mais uma. A uma terça-feira à noite, cerca de 3000 vitorianos preencheram os dois topos do estádio da equipa transmontana. Com algumas parecenças com a meia-final em Coimbra no ano de 2011, ainda que desta vez com menos adeptos devido à menor disponibilização de bilhetes.
Restam 8 jogos até ao final da época, 7 para o campeonato e a final no Jamor no dia 28 de maio que irá encerrar oficialmente a época desportiva em Portugal. Final essa que será disputada, ou frente a Benfica, ou frente a Estoril. Mas seja qual for o adversário, o objetivo é só um: chegar lá e trazer o caneco. Os vitorianos merecem. Mais do que nunca. Se lá estamos, a muito o devemos à nossa massa associativa. No entanto, não são os adeptos que ganham jogos. Se assim fosse, eram goleadas atrás de goleadas. Conquistadores, lutem pelo 4º lugar até à exaustão e façam história no Jamor! Temos qualidade para o fazer. Para isso, e muito mais...

ACONTEÇA O QUE ACONTECER, SOU DO VITÓRIA ATÉ MORRER!

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