sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Duas partes distintas

Na primeira jornada da fase de grupos da Liga Europa, o Vitória não foi além de um empate a uma bola na receção à equipa do FC Red Bull Salzburg.

Foto de Vitória Sport Clube.
Foto: Vitória Sport Clube
A equipa orientada por Pedro Martins alinhou de inicio com: Douglas, Konan, Pedrão, Jubal, Victor Garcia, Celis, Wakaso, Hurtado, Raphinha, Rincón e Texeira. O primeiro remate do jogo até pertenceu aos austríacos, logo aos 15 segundos, o que reforçava a ideia de o adversário apresentar um futebol vertiginoso com excelente capacidade de produção e profundidade ofensiva, preocupando-se mais em atacar do que a defender. Aproveitando um contra-ataque veloz, Raphinha tentou a sua sorte de fora da área. Pouco depois, o extremo brasileiro obrigou Walke a uma grande defesa após um remate bloqueado de Rincón. O Vitória ia pressionando com objetividade e foi na sequência de uma bola parada que Pedrão, a passe de Hurtado, cabeceou para o fundo das redes inaugurando o marcador. Estava feito o primeiro golo da partida que fez surgir o vulcão do Estádio D.Afonso Henriques. A partir desse momento, a intensidade baixou. Na sequência de um livre direto, Berisha obrigou o guardião Douglas a uma defesa apertada. A equipa do Red Bull Salzburg tentava ganhar asas, no entanto, um Vitória extremamente organizado e controlador ia impedindo que o adversário se aproximasse da baliza vimaranense. Mas não por muito tempo. Mesmo em cima do intervalo, Diadié fez um passe longo para as costas da defesa encontrando Berisha, claramente oportuno, a restabelecer a igualdade. A chave do jogo estaria ali e seria decifrada na segunda parte até porque aquele murro no estômago teve repercussões que alteraram, por completo, o rumo do jogo.
No segundo tempo, o Vitória ficou nos balneários literalmente. Sem capacidade de construção ofensiva, a formação vitoriana mostrou-se sempre intranquila, desorganizada e desligada do jogo. Ainda nem tinham decorrido quinze minutos e Pedro Martins já tinha procedido à primeira alteração, lançando Kiko para o lugar de Hurtado. Pouco depois foi a vez de Rincón dar lugar a Héldon. Os últimos 20 minutos evidenciaram um desgaste físico na armada vitoriana que sentia cada vez mais dificuldades para levar perigo à baliza adversária, já para não falar das constantes ofertas de bola em zonas proibidas do terreno. Nesse sentido, e a poucos minutos do final, Rafael Miranda rendeu o médio Wakaso. O austríaco Wolf apareceu sozinho à entrada da área e foi protagonista da melhor oportunidade da segunda parte, ainda que Dabbur e Berisha também tenham estado perto de traduzir oportunidades em golos. Na reta final, Heldon e Jubal apareceram em zona de finalização, em lances distintos, mas nem um nem outro conseguiram assustar o guardião Walke. Uma segunda parte paupérrima, sendo que para amealhar um ponto, os conquistadores tiveram que sofrer...e muito. O Vitória apresentou-se de inicio sem qualquer jogador europeu e isso mereceu destaque por parte da imprensa inglesa, como sendo algo inédito em contexto de competições europeias.
Por um lado, o ponto conquistado é saboroso. Por outro, também nos parece legítimo dizer que sabe a pouco. Ora, à semelhança do jogo anterior, o resultado até foi melhor do que a exibição, contudo, também não deixa de ser verdade que era importante começar a fase de grupos com um triunfo, ainda para mais a jogar em casa. Não obstante a isso, é certo e sabido que o nosso adversário - bem como os restantes do grupo I - dispõe de recursos (principalmente financeiros) diferentes dos nossos, tal como objetivos internos completamente distintos. Ainda assim, se queremos realmente discutir um dos dois primeiros lugares, não nos podemos deixar amedrontar na nossa fortaleza. Caso contrário, a tarefa fica ainda mais complicada. A nossa época iniciou-se há cerca de seis semanas - com 7 jogos realizados - e já foram utilizados 26 (!) jogadores, o que ilustra bem o que tem sido a necessidade de experimentar peças novas para que o puzzle roce a perfeição, algo que parece estar longe de ter êxito num futuro próximo. No outro jogo, o Marselha recebeu e venceu o Konyaspor por 1-0, sendo agora o líder isolado do grupo.

E OH VITÓRIA VAMOS A ELES!

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