segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Sem inspiração

O derby vimaranense não sorriu ao Vitória. Na curta deslocação a Moreira de Cónegos, a formação vitoriana saiu derrotada por duas bolas a uma, tendo terminado o jogo reduzida a dez elementos. Derrota frente à equipa que, à entrada para esta jornada, se encontrava no último lugar, com o pior ataque do campeonato e sem qualquer triunfo caseiro.

Liga NOS: Moreirense x Vit. Guimaraes
Foto: ZeroZero
O Vitória alinhou de inicio com: Douglas; Konan, Jubal, Moreno, João Aurélio; Francisco Ramos, Rafael Miranda; Sturgeon, Heldon, Raphinha e Tallo. Ir à baliza uma vez e marcar dois golos, foi este o lema do Moreirense na primeira parte. Naquele que era o Dia Nacional do Guarda-Redes, Douglas acabou por presentear Cadiz após uma troca de bola no setor defensivo a resultar no golo da formação de Moreira de Cónegos. O brasileiro calculou mal a distância que tinha em relação ao oponente e rematou contra o adversário já sob pressão. À passagem da meia hora de jogo, o Vitória conseguiu finalmente levar perigo à baliza adversária. Raphinha cruzou para Tallo que, mesmo com um cabeceamento deficiente, ainda assustou Jonathan. Na sequência do pontapé de canto, eis que surge um contra-ataque mortífero da equipa da casa. O autor do primeiro golo cruzou para a área e Arsénio apareceu sozinho para ampliar a vantagem com um remate de primeira. Até ao intervalo, o resultado não mais se alterou. Uma primeira muito fraca. Sem ideias.
Pedro Martins mexeu na equipa, lançando Rafael Martins e Kiko para os lugares de Heldon e Francisco Ramos, respetivamente. O Moreirense chegou a estar perto do terceiro por intermédio de Cadiz. No contra-ataque, Raphinha descobriu Rafael Martins e este não teve a frieza necessária para reduzir. Bem como o cabeceamento de Jubal pouco depois. Decorria o minuto 65' quando o Vitória voltou a reclamar grande penalidade e, desta vez, Nuno Almeida apontou para a marca dos onze metros após mão clara de Alfa na grande área. O mesmo árbitro recorreu ao VAR e voltou atrás na decisão. Erradamente. Um lance que poderia ter alterado o rumo dos acontecimentos. De cabeça perdida, a formação vitoriana ficou reduzida a dez com a expulsão do recém-entrado Kiko por acumulação de amarelos após duas entradas imprudentes. Foi aí que o Vitória cresceu, aumentando a intensidade de jogo e remetendo a equipa de Sérgio Vieira para o último terço do terreno. Não reduziu Rafael Martins de cabeça, reduziu Raphinha num lance com ressaltos aos 76'. O Vitória apertou, contudo, o Moreirense soube estancar as iniciativas ofensivas. Nos descontos, Douglas ainda evitou o golo de Schons.
É caso para dizer que as supostas poupanças no jogo do Dragão não surtiram qualquer efeito. Após uma primeira parte terrível, assistiu-se a um segundo tempo no qual os nervos à flor da pele eram por demais evidentes. Muita transpiração, pouca inspiração. Mais um jogo em que perdemos pontos de forma completamente desnecessária. Naquela que seria a oportunidade de a formação orientada por Pedro Martins se isolar no 6º lugar e ficar a apenas um ponto do 5º classificado, eis que surge um novo tropeço. Desnecessário, repito. A arbitragem não ajudou e a verdade é que tudo poderia ter sido diferente depois daquele lance. Ainda assim, essa não pode e nem deve ser a única desculpa.
Se o que se quer é lutar pelos lugares cimeiros, então também é fundamental jogar com raça ao longo de todas as partidas e não só numa das partes de cada jogo como muitas vezes tem acontecido. O desgaste físico acumulado dificulta tudo. Há quem resista a isso, no entanto, não é o nosso caso. E a culpa tem um nome. Não é o Douglas, não é o Miguel Silva, não é o Pedro Martins. E podia continuar a enumerar outros nomes a noite toda... A responsabilidade máxima deste fracasso não pertence exclusivamente a nenhum destes. Da mesma maneira que Júlio Mendes até pode criticar (a arbitragem, claro!), também ele pode ser criticado. Falta ambição para quem diz estar a desenvolver um Vitória maior. Ambição e não só.

ACORDA VITÓRIA!

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