Foto: O Jogo |
O técnico de 47 anos, caracterizado como sendo um homem exemplar, competente, ambicioso e determinado, quebrou vários enguiços e recordes, nomeadamente na época transata. Totalizou 36 vitórias, 15 empates e 29 derrotas em 80 jogos oficiais. Números que merecem alguma consideração, bem como o recorde de sete vitórias consecutivas no campeonato e o facto de ter igualado a melhor pontuação da história (62 pontos), também alcançada em 1995/96. Sem esquecer também a devolução do 4º lugar na temporada passada e a ida a mais uma final da Taça de Portugal. Não deixa também de ser curioso que o seu jogo de estreia foi uma receção ao grande rival, assim como a partida que marcou a sua despedida e que entrou para a história pelos piores motivos.
Júlio Mendes não clarificou se o treinador se demitiu ou se foi realmente despedido mas, a meu ver, uma coisa parece certa. Pedro Martins foi, talvez, o menor dos culpados deste insucesso. Porque teve à sua disposição um plantel de qualidade claramente inferior em relação a 2016/17. Porque esse mesmo plantel fornecia escassas alternativas para uma eventual (ou melhor, necessária) gestão, dado o número de competições (cinco!) no arranque da época. Porque os supostos 13 milhões foram muito mal investidos! A culpa principal de todo este fracasso tem um nome. E não, não é Pedro Martins.
Não obstante a tudo isto, a verdade é que este Vitória perdeu metade dos jogos que realizou na presente temporada, contando com um dos piores registos defensivo dos últimos anos. 69 golos sofridos em 36 partidas. Perdemos a supertaça para o Benfica, bastante fragilizado na altura. Ficámos em 4º lugar na fase de grupos da Liga Europa. Fomos atirados para fora da Taça de Portugal nos "oitavos". E fomos eliminados da Taça da Liga num grupo claramente acessível. O desgaste físico, na altura, só agravou o cenário. Só nos restava (ou resta) a Liga e até mesmo aí o objetivo já não iria além de um simples 5º lugar. Sim, simples. A História do Vitória exige mais. Por estas e outras razões (como alguns resultados que nos envergonharam), Pedro Martins abandonou ontem o comando técnico dos conquistadores, a onze jornadas do fim da época.
Nos bons ou nos maus momentos, com ou sem discursos encomendados, com ou sem uma voz de desalento e falta de confiança perante as condições reunidas, só nos resta agradecer o trabalho que Pedro Martins desenvolveu enquanto nosso timoneiro. O Vitória está e estará sempre acima de qualquer um dos seus elementos, independente da relevância que os mesmos possam eventualmente assumir enquanto defensores das nossas cores, e este é um dos nomes que será sempre acarinhado pelas gentes de Guimarães e que nunca será dissociado da época 2016/17. Sem qualquer conquista, mas uma das melhores épocas dos últimos tempos.
Obrigado, míster!
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